A Vingança Está Servida

Em um castelo na França, um grupo de políticos e correspondentes internacionais se reúnem para um jantar. Mas eles logo descobrem que caíram em uma armadilha, preparada por uma mãe que busca vingar a morte de seu filho.

Reviews e Crítica sobre A Vingança Está Servida

O thriller de estreia do escritor e diretor Matthew Bonson em 2023, Fury, analisa online a história aparentemente simples de vingança de uma mãe que busca justiça depois que seu filho é morto pela polícia durante um comício político de direita, e fala emocionalmente sobre o crescente nacionalismo na França a partir da perspectiva de um homem que perdeu o sentido da vida. A nitidez incomum da apresentação narrativa do diretor, incomum para um filme B, é misturada com o cinismo ostensivo de Frank Brand (Jay O. Sanders, “Bardo”, “When You Finish Saving the World”), que organizou um Nationalist News International estúdio em um castelo francês para transmitir um talk show na Internet com a participação de representantes de diversos movimentos políticos. É claro que a emissora dá preferência aos radicais que lutam pelo poder. O roteiro ambicioso de Bonson, co-escrito por Marlene Post e R.F.I. Porto, oferece um olhar perturbador sobre um grupo de pessoas, sobre o ponto fraco oculto da política antes das eleições presidenciais, onde Victoire Murat (Josiane Pinson, “Golias”, “Grexit”) está confiantemente na liderança, lembrando vagamente o antigo líder da “Frente Nacional” Marine Le Pen. A interpretação do diretor dos antagonistas do filme tende a identificar os antagonistas do filme como neonazistas, sofrendo lavagem cerebral pela mídia e dispostos a pagar com vidas humanas por seu sucesso político, o que ajuda a organizar a camada superficial de cenários para Alice Moreau (Julie Gayet, ” Atriz”, “Paulie”) , que perdeu seu filho Max há algum tempo. Bonson consegue preencher a atração ideológica com suspense dentro de um local isolado e elementos de sátira sobre políticos congelados, propagandistas lascivos e falantes como Ivy Brand (Adelaide Kane, série “Star Trek: Strange New Worlds”, “The Course of Things” ), sobrinhas Frank, que são nojentas em suas aspirações juntas e separadas. O diretor utiliza o conceito de caça ao dar cenas silenciosas a Alice e fazer da heroína Gaia uma governanta capaz e indispensável no castelo, pronta para se vingar e envenenar durante um jantar todos aqueles que mandaram seu filho para lutar nas ruas por ideias nacionalistas. Por um lado, a frágil Alice está pronta para interpretar o patriótico Le strasbourgeois, conhecido desde a Guerra Franco-Prussiana, e acompanhar-se ao piano quando é contratada para trabalhar para Frank, por outro lado, ela está pronta para esperar metodicamente; vários meses, coletar veneno, fazer cópias de provas incriminatórias e estudar o dispositivo do castelo para que na noite do julgamento ninguém permaneça vivo. No quadro da trama de Bonson, havia lugar para o líder da ala jovem da ultradireita, Gaspard François (Victor Pontecorvo, “Redemoinho de Mentiras”), que provocou pogroms nas ruas, e para o “pensador” italiano Piero Deluca (Manuel Cauchy, “Paulo, Apóstolo de Cristo”), cujas obras também tiveram um impacto negativo nas mentes jovens impressionáveis.Esse equilíbrio de poder do diretor, junto com o misterioso cara sem emoções Hesse (Clemens Schick, “Dogman”) permite demonstrar com qualidade significativa toda a gama de tipos que Alice terá que enfrentar quando tudo der errado e veneno de rato começa a tirar os presentes do jogo com vários graus de crueldade. Portanto, “Fury” se esforça para condensar ao máximo os acontecimentos do thriller e desvenda a teia de segredos dentro da armadilha mortal, transformando a luta pela verdade em uma luta pela vida e permitindo que a personagem principal crie sua própria busca assassina dentro de si. e fora do castelo. O realismo subcutâneo da sobrevivência acessível em Bonson’s Fury colide com dizer a verdade sobre quem é quem na arena política e lida igualmente impiedosamente com a sombria reunião de políticos, não se esquivando de técnicas grotescas e permitindo que a abstêmia heroína de Kane brinque em busca de revelações sobre tio e sobre si mesma com sobriedade. O personagem Clemens Schick permite ao diretor responder à pergunta à custa de quem existem partidos e movimentos políticos, que manda naquela música de muito suspense com filmagens em período eleitoral e está pronto, de vez em quando, para matar qualquer um para caluniar o protagonista e atribuir sua insanidade. O desejo de Bonson de apresentar a personagem de Gaia como uma mulher capaz de impor furiosamente o seu jogo a todos sem exceção, e não apelar para a sua fraqueza e não fazer de Alice uma boa presa fácil, permite-nos manter a dinâmica do projeto a um nível suficiente, sem super-heroísmo patético e flashbacks esclarecedores. A raiva silenciosa e a emotividade da personagem principal irrompendo e ao mesmo tempo sua fria prudência em explodir carros e montar armadilhas habilmente levam a diretora ao caminho de contar os mortos e envenenados ao som da trilha sonora de Eric Neveu (“After Me” , “O Insulto”), que é extremamente competente para um filme de baixo orçamento”). A demonização dos políticos e seus servos através do personagem Sanders leva Bonson a uma conclusão brutal no terceiro ato, quando Hesse atira na polícia que chega e tenta queimar pontes quando o veneno já começou a fazer efeito, e ajuda a entender a motivação daqueles que lideram jovens peões e os enviam em ataques terroristas sem qualquer arrependimento. A ambivalência do filho de Alice, que heroicamente se apaixonou por ideias radicais, e dela mesma, que fica chocada ao assistir os últimos minutos da vida de Max e lamenta não poder fazer nada com a criança adulta e desagradável, culmina em um acordo de compromisso entre o duas mulheres. A personagem de Gaye ajuda o diretor, com seu momento de vida e seu momento de morte, a enfatizar a falta de sentido dos objetivos e a privar o filme do esperado final feliz, que costuma ser o pecado dos filmes do gênero. Bonson transforma a vingança justa em vitória com um gostinho de derrota e cria um novo mistério para Ivy, que tem sua primeira experiência séria trabalhando com políticos de alto escalão.Portanto, “Rage” coloca a mentira total em primeiro plano e não permite, para dar continuidade ao espetáculo nacionalista, falar do poder corruptor e corrosivo do poder, cuja corrosão se estende até mesmo àqueles que num belo momento decidiram contar o mundo uma verdade que ninguém precisa.

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